segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Fórum: TVs públicas na era digital

Evento vai mostrar aplicações interativas para TV digital

A tecnologia pode mudar o Natal de alguns brasileiros. É que até dezembro deve estar disponível no mercado um conversor para TV digital que já vem com o software Ginga. É ele que permite a interatividade. Na prática, além da imagem, som, áudio e sinal com mais qualidade o consumidor também vai poder acessar (com o controle remoto) conteúdo opcional ou complementar, enquanto acompanha o programa preferido.

Esse avanço tecnológico será apresentado aos participantes do “I Fórum Paraibano de TVs Públicas na era Digital”, que vai ser realizado nos dias 13 e 14 deste mês, no auditório da Reitoria da UFPB, campus I, em João Pessoa. Durante a oficina “Aplicações interativas para a TV digital” ,que vai ser ministrada pelo pesquisador Raoni Kulesza, dia 14 de outubro, às 14h, o público do evento vai conhecer mais sobre essa tecnologia e também interagir com as aplicações, desenvolvidas pela equipe do Lavid/UFPB.

Antes de definir o seu padrão de TV Digital, o Brasil percorreu um longo caminho. Segundo Raoni, que integra a equipe do Lavid/UFPB, o assunto é estudado há mais de 20 anos e a discussão para implantação do sistema no país começou em 2003. Durante oito meses o governo federal fez uma consulta pública para a escolha do padrão de TV digital que melhor se adequava aos interesses nacionais. Foram analisados os modelos europeu (DVB), o americano(ATSC) e o japonês (ISDB). O Brasil optou pelo sistema japonês, que foi adaptado e recebeu muitas inovações, dentre elas a principal, que é o middleware Ginga.

Ginga é a camada de software intermediário, ou middleware, que permite o desenvolvimento de aplicações interativas para a TV Digital de forma independente da plataforma de hardware dos fabricantes de terminais de acesso, as chamadas caixas conversoras de sinal (set-top boxes). O Ginga é o resultado de anos de pesquisas, lideradas pela Puc-Rio, em parceria com o Lavid/UFPB, e reúne um conjunto de tecnologias e inovações brasileiras que o tornam a especificação de middleware mais avançada e, ao mesmo tempo, mais adequada à realidade do país.site: www.ginga.org.br

Interatividade

A TV Digital foi implantada no Brasil no dia 02 de dezembro de 2007. A primeira cidade a ter o serviço foi São Paulo. Hoje, ele existe em quase todas as capitais brasileiras. As pesquisas para criar o Ginga foram coordenadas pelo Lavid/UFPB e pela Puc/RJ. Mesmo com o software desenvolvido, ele não chegou ao mercado na época por causa dos royalties. Houve uma nova negociação entre empresas, governo e os pesquisadores e desde julho ele foi liberado.

Para chegar ao nível de interatividade criada pelos pesquisadores, é preciso investimento. O telespectador só vai acessar conteúdos complementares, interagindo mais com a programação, se as emissoras estiverem interessadas no serviço. Além de ter a tecnologia digital, a empresa precisa dispor de um software para executar o serviço. Ele custa pelo menos R$ 50 mil. Ainda é necessário desenvolver as aplicações desejadas. Isso requer mais investimentos. No país existem pelo menos 10 empresas que fazem esse serviço. Quatro delas estão na Paraíba.

* Fonte: UFPB

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