terça-feira, 25 de agosto de 2009

O meio ambiente em PAUTA

Nesta terça-feira participei da palestra ministrada pela Profa Dra Luciana Miranda Costa na UFRN. A Profa é da UFPA e abordou a temática do jornalismo ambiental a partir do contexto da formação do campo ambiental, a legitimação da importância do meio ambiente pelos orgãos governamentais e instituições, além de exemplos do tratamento midiático sobre o meio ambiente.

Para isso foram apresentados os conceitos de Pierre Bordieu sobre Campo, Habitus e Capital, numa reflexão em termos macro das relações de forças objetivas estabelecidas entre os diversos campos sociais (político, econômico, religioso, etc.) na sociedade, além do impacto de capital social e cultural de cada indivíduo nos processos naturais de intercâmbio de informações, o que no campo ambiental é extremamente relevante para a definição das correntes Preservacionista (proteção das áreas ambientais) e Conservacionista (consumo sustentável).

Outros autores também foram comentados: Manuel Castells, que distingue ecologia de meio ambiente, sendo ecologia o contexto geral e o ambientalismo a prática de ações em prol da natureza. Carlos Diegues, Pádua, Michel de Certeau, Jesús Martín Barbero (e o conceito das "mediações"), entre outros.

A legitimação do campo ambiental, em termos mundiais, ainda é bem recente, tem apenas 50 anos. As evidências de que as ações do homem interferem (negativamente) no meio ambiente começaram a ser discutidas nos anos 60. A Profa também comentou alguns aspectos das Políticas ambientais no Brasil, que só adquirem status constitucionais com a promulgação da Constituição Federal em 1988.

Muito interessante as duas pesquisas apresentadas: A primeira está em detalhes no livro - Comunicação e Meio ambiente: A análise das campanhas de prevenção a incêndios florestais na Amazônia, da Editora Summus e de autoria da Profa Luciana, resultante de seu Doutorado. Entre outros aspectos, o trabalho comprova o quanto as cartilhas elaboradas pelo governo não atingem os objetivos de conscientizar os agricultores a cerca das queimadas realizadas para a renovação da terra. Os agricultores não foram ouvidos e não existe espaços para diálogo.

A segunda pesquisa é um levantamento a cerca da cobertura da imprensa (principais jornais impressos brasileiros e revistas de circulação nacional) sobre meio ambiente ao longo de trinta anos. Quero encontrar mais detalhes sobre esta pesquisa, que mostra efetivamente o quanto a cobertura da imprensa é incompleta e marcada pelo sensacionalismo, por textos em tons alarmistas e notícias parciais.

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